Esta semana começou o Salão do Automóvel em São Paulo.
Evento que tem mais de 40 anos e que sempre foi a imagem mais concreta dos sonhos de consumo dos brasileiros, trás este ano uma série de veículos de alto luxo (e altíssimo custo).
Um exemplo é a Ferrari 599 GTO que custa a bagatela de R$ 2,5 milhões.
Nada de mais por ser considerado um veículo exclusivo e que terá apenas 599 unidades produzidas.
Só que o ponto que quero comentar neste pequeno post é que mesmo com este custo, 3 unidades estão sendo comercializadas para o Brasil e... 2 já foram vendidas (para a terceira, já tem - antes mesmo do salão - 3 interessados).
Mas não pense que os dois compradores foram artistas ou jogadores de futebol. Foram empresários (pelo menos não foi nenhum político)....
Agora imagine : se pegarmos o salário mínimo atual, uma pessoa precisaria de mais de 400 anos de salário bruto, sem qualquer desconto, para pagar a tal Ferrari e, isso, sem levar em consideração custos a mais como licenciamento, IPVA (por ano, a pessoa vai pagar R$ 100 mil só deste imposto) e o seguro.
Assim, isso nos leva a pensar que o que estes dois empresários estão gastando, daria para ter mais de 400 empregados em suas empresas por um ano....
Legal. Chegaram ai (espero eu) por esforço próprio e, cada um pode fazer o que quiser com o dinheiro que ganha. Mas, será que isso não é o retrato mais triste da distribuição de renda ? Enquanto muitos vendem seus votos para políticos da pior espécie em troca de Bolsa Família de R$ 40, outros, no topo da pirâmide não sabem mais onde por seu dinheiro. Falando nesse valor, a Ferrari daria para pagar esta bolsa família por um ano para mais de 5.200 famílias.
Isso dá o que pensar.
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